quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

OTITE MÉDIA EM CRIANÇAS
Tipo de artigo: Primary
Artigo de Ryan Blanchard, for Excerpta Medica
Pediatr Otorhinolaryngol.

... Haveria algum fundo genético?

Introdução

A otite média aguda (OMA) é uma das doenças mais comuns em crianças. Ela é caracterizada por efusão no ouvido médio e sinais de infecção aguda, tais como febre, otalgia, otorreia ou dor.
A Otite Média Aguda é uma doença infecciosa influenciada por vários fatores ambientais, mas a suscetibilidade também pode ser determinada em parte por fatores genéticos.

Foi realizado um estudo para estimar a hereditariedade da OMA recorrente (OMAR) e a otite média crónica com efusão (OMCE).
No total, 1.279 crianças que se submeteram a cirurgia por otite média recorrente ou crónica participaram no estudo.
A coorte total de 2.436 indivíduos incluiu essas crianças e seus pais.
Os dados dos históricos dos pacientes foram obtidos por questionário. Em seguida, calculou-se a estimativa de hereditariedade para otite média aguda recorrente, crónica e para qualquer episódio de otite média.
Das 1.279 crianças, 700 (61%) tinham OMAR e 496 (45,4%), OMCE.
A incidência de OMAR e OMCE entre os pais foi de 24,5% e 8,5%, respectivamente.
As estimativas de hereditariedade foram de 38,5% (p = 7,3 x 10-9 ) para OMAR, 22,1% (p = 4,6 x 10-3 ) para OMCE e 47,8% para qualquer otite média (p = 1,5 x 10-11 ). JN

Mensagem importante
Nossos resultados demonstram um componente genético moderadamente forte e estatisticamente significativo para a OMAR e a OMCE, concluíram os autores.

Hafrén L, Kentala E, Järvinen TM, et al. Genetic background and the risk of otitis media. Int J Pediatr Otorhinolaryngol.
UMA AVALIAÇÃO MAIS PORMENORIZADA DOS HIDRATOS DE CARBONO
hmsportugal

Existe uma boa probabilidade de metade das suas calorias diárias serem provenientes dos hidratos de carbono, isto é, os amidos ou açúcares dos alimentos.
As múltiplas fontes de hidratos de carbono incluem o pão, a massa, o arroz, as batatas, a fruta e os vegetais.

Antes da popularização das dietas com redução dos hidratos de carbono, o conhecimento prevalente era de que todos os hidratos de carbono são bons e que os deve utilizar para substituir as gorduras. Actualmente, todos os hidratos de carbono são olhados com alguma suspeita. Mas, tal como acontece com as gorduras, os hidratos de carbono não devem ser todos considerados bons ou maus.
Os hidratos de carbono correctos ― os que têm um conteúdo elevado de nutrientes e que apresentam um impacto mais pequeno sobre o açúcar no sangue ― servem de combustível para o organismo e são importantes para uma dieta saudável. Mas a ingestão de quantidades excessivas dos tipos errados pode aumentar o risco de desenvolvimento de diabetes e de doença cardíaca. Assim, é sensato escolher os hidratos de carbono que consome de forma equilibrada.

Os hidratos de carbono são frequentemente descritos como simples ou complexos.
Os hidratos de carbono simples são os açúcares, tais como a sacarose, a glucose, a frutose e a lactose, ou algumas destas moléculas combinadas. Estes são os hidratos de carbono que se encontram presentes em alimentos como os refrigerantes, os biscoitos e a fruta.
Os hidratos de carbono complexos, tais como os encontrados no pão, na massa e nas batatas, consistem em cadeias de açúcares muito mais longas.
Por vezes, os hidratos de carbono simples são considerados “maus”, enquanto os hidratos de carbono complexos são considerados “bons”. Mas isto constitui uma simplificação excessiva.

Quando ingere hidratos de carbono, o seu aparelho digestivo desdobra-os em açúcares simples (geralmente glucose). A circulação sanguínea transporta esta glucose para as células, que a usa como energia. Quando os níveis de açúcar no sangue aumentam, o organismo liberta uma hormona, a insulina, que promove o armazenamento de nutrientes e faz com que o açúcar entre nas células. Alguns hidratos de carbono têm um efeito mais dramático sobre os níveis de açúcar no sangue do que outros. Esta diferença é que está na base dos hidratos de carbono saudáveis e não saudáveis.

ÍNDICE E CARGA GLICÉMICA

O importante, afirmam muitos especialistas em nutrição, é olhar para o índice glicémico ou para a carga glicémica dos alimentos. O índice glicémico classifica os alimentos de acordo com a rapidez e a magnitude da elevação do açúcar no sangue que produzem. Os itens no índice são comparados com um alimento de referência ― a glucose ou o pão branco ― que tem o valor glicémico arbitrário de 100.

Uma vez que o índice glicémico não toma em consideração a quantidade de hidratos de carbono numa porção típica, investigadores de Harvard adicionaram o conceito de carga glicémica para melhor representar o impacto do alimento. Os hidratos de carbono numa cenoura crua, por exemplo, têm uma pontuação no índice glicémico de 131 ― suficientemente elevado para optar por este alimento em vez de puré de batata, que tem uma pontuação de 104. No entanto, estes valores reflectem o efeito de comer 50 g de hidratos de carbono. Isto é equivalente a comer 675 g de cenouras. Uma porção mais típica correspondente a meia chávena tem apenas 4 g de hidratos de carbono ― muito menos do que os 18 g de hidratos de carbono contidos em meia chávena de puré de batata.
Esta diferença explica por que motivo a carga glicémica de uma porção de cenouras é de 11, enquanto a de uma poção de batatas é de 20.

A carga glicémica constitui uma forma útil de medir a forma como os alimentos irão afectar os níveis de açúcar e de insulina no sangue.
Os alimentos com uma carga glicémica elevada, como as batatas e os refrigerantes, são digeridos rapidamente; eles podem lançar uma grande quantidade de açúcar ao mesmo tempo na circulação sanguínea, provocando um aumento súbito da insulina. Esta elevação rápida da insulina pode deixar o açúcar no sangue demasiado baixo ao fim de apenas algumas horas. Num esforço para manter os níveis de açúcar no sangue constantes, o cérebro envia sinais de fome para o encorajar a comer mais.
Por outro lado, os alimentos com uma carga glicémica mais baixa, tais como a fruta e os cereais integrais, libertam glucose de forma mais estável e podem manter a fome controlada durante mais tempo. Desta forma, estes alimentos podem ajudar a controlar o peso.

Alimentos com uma carga glicémica elevada
Batatas fritas
Mel
Piza
Batatas
Cereais refinados
Refrigerantes
Açúcar
Pão branco
Arroz branco

Alimentos com uma carga glicémica baixa
Cevada
Farelo
Arroz integral
Trigo boulgour
Lentilhas
Farinha de aveia
Fruta com casca
Cereais integrais
Produtos com trigo integral

Outro problema de uma dieta estável de alimentos com uma carga glicémica elevada é que, ao longo de muitos anos, a reacção do corpo à insulina pode tornar-se inadequada. Nesta situação, denominada resistência à insulina, as células perdem a capacidade para responderem à insulina e não recebem açúcar suficiente da circulação sanguínea. Deste modo, os níveis de açúcar no sangue mantêm-se elevados durante mais tempo. Durante algum tempo, o pâncreas produz insulina suficiente para compensar este problemas, mas acabam por surgir sintomas de diabetes tipo 2. A resistência à insulina pode igualmente conduzir a outros problemas, tais como níveis baixos de HDL-colesterol, pressão arterial elevada, doença cardíaca e, possivelmente, cancro.

A evidência sugere que as pessoas magras e activas têm uma maior capacidade para lidar com uma dieta com um conteúdo elevado de hidratos de carbono. As células musculares lidam melhor com a insulina e captam glucose mais eficientemente do que as células adiposas. Assim sendo, faz sentido que a obesidade e a inactividade se encontrem a encabeçar a listas dos factores de risco para a resistência à insulina.

INDICAÇÕES FUNDAMENTAIS SOBRE OS HIDRATOS DE CARBONO

Escolha alimentos confeccionados com cereais integrais em relação aos constituídos por cereais refinados, tais como o pão branco. Vá além das escolhas populares, como a aveia integral e o arroz integral até aos cereais integrais menos conhecidos, tais como a cevada, o boulgour, a kasha e a quinoa.
Limite as batatas brancas.
Tenha em consideração o conjunto completo de vitaminas, gorduras boas e outros nutrientes fornecidos antes de excluir quaisquer alimentos.
Uma dieta saudável é mais do que a soma da sua carga glicémica. Embora o pão branco e o pão escuro de cereais integrais tenha a mesma carga glicémica se os cereais integrais forem finamente moídos, a quantidade suplementar de fibras e de nutrientes tornam o pão escuro uma escolha mais saudável.

Factos sobre as fibras
As fibras são outro hidrato de carbono complexo. Mas, uma vez que o organismo não consegue desdobrar este alimento com facilidade, ele passa através do aparelho digestivo essencialmente intacto. Mesmo assim, as fibras reduzem o risco de doença cardíaca ― possivelmente ao reduzir os níveis de proteína C reactiva, um marcador importante de inflamação que afecta as artérias ― e de doenças intestinais, tais como a obstipação, a diverticulose e as hemorróidas. As fibras ajudam igualmente a prevenir um grande número de outros problemas, tais como os cálculos biliares, a obesidade e as veias varicosas.

Os cereais integrais, a fruta, os vegetais, as leguminosas e os frutos secos podem ajudá-lo a obter parte da dose recomendada de 25 a 30 g de fibras por dia, mas a maior parte das pessoas irá necessitar igualmente de ingerir um cereal com um conteúdo elevado de fibras. Em alternativa, pode tomar um suplemento contendo psílio ― uma fibra hidrossolúvel ― se o seu médico o indicar. Se usar um suplemento, certifique-se de que ingere a água adicional consoante estiver indicado. JN

Hearts Connection (Eng/Jap) from Yves Dalbiez on Vimeo.


"Hearts Connection" is the epilogue film of "A Drawing for Japan" project: a volunteer project including international exhibitions and two shortfilms, to support Japan after the March 11th 2011 earthquake and tsunami. Created in May 2011, with the french children of Lyon in France, the first film named "A Drawing For Japan" is presenting the artworks of the french children for their Japanese friends.
This short documentary film "Hearts Connection" tells the story of what happened when these messages of Love, were shown to the japanese children.

This volunteer project has received numerous helps from all over the world including the staff, camera material companies, and wonderful artists musicians. It also received the support of NPO.
Every person involved in this project was a free volunteer with the genuine desire to develop a heightened vision of solidarity. Thanks to the children, and to all the amazing people who hold the same vision of one human family, we are becoming actors of a new world filled with more compassion, and Love.

All contents Copyrighted © "A Drawing For Japan Project" 2011. Do not broadcast, redistribute or duplicate any material from this film without the express written permission of the respective copyright holders.
Writer/Director/Editor: Yves Dalbiez
Cinematographers: Maaserhit Honda, Aika Miyake
Music: Mari Fukuhara "Kikan", Justin Vernon "Hazelton", Namedred "Kazoku".

"Be the change you wish to see in this world"
Mahatma Gandhi.

http://vimeo.com/31559208





http://radiotranse.blogspot.com/


http://www.senrinomichi.com/?p=3433


http://www.senrinomichi.com/
From Wikipedia: August Landmesser (born May 24, 1910, presumably killed February 1944) was a worker at the Blohm + Voss shipyard in Hamburg, Germany, best known for his appearance in a photograph[1] refusing to perform the Nazi salute at th...e launch of the naval training vessel Horst Wessel on 13 June 1936.[2] He had been a Nazi Party member from 1931 to 1935, but after fathering children with a Jewish woman, he had been found guilty of “dishonoring the race” under Nazi racial laws and had come to oppose Hitler's regime.

August Landmesser became engaged in 1935 with the 1913-born Jewish woman, Irma Eckler. She was detained in 1938 by the Gestapo in the prison Fuhlsbüttel. The children (Ingrid and Irene) were separated; while Ingrid was allowed to live with her grandmother, Irene went first to an orphanage and later to the home of foster parents. Their father, August Landmesser, was discharged from prison on 19 January 1941. Landmesser worked as a foreman for the firm Püst, a haulage company. The firm had a branch at the Heinkel-Werke (factory) in Warnemünde[3]. In February 1944 he was drafted into a penal unit, the 999th Fort Infantry Battalion, where he was declared missing in action and presumably killed.
Estudo publicado nos “Proceedings of the National Academy of Sciences”

CANCRO DA PRÓSTATA: novo alvo terapêutico foi identificado

Investigadores Americanos identificaram uma nova proteína que tem um papel importante no desenvolvimento e crescimento do cancro da próstata, sugere um artigo publicado nos “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
... O cancro da próstata é uma doença regulada por hormonas sendo o androgénio a hormona mais importante. Esta hormona ativa o seu recetor que desempenha um papel importante no desenvolvimento e progressão do cancro da próstata. Assim, a privação do androgénio tem sido o tratamento habitualmente utilizado para o tratamento deste tipo de cancro, em fase avançada. “Contudo, a generalidade dos tumores invariavelmente reincidem e tornam-se independentes do androgénio, conduzindo à morte da maioria dos pacientes”, explicou em comunicado de imprensa, o líder da investigação, Wanguo Liu.
De forma a encontrar uma estratégia alternativa para o tratamento do cancro da próstata, os investigadores do LSU Health Sciences Center New Orleans, nos EUA, centraram a sua atenção nos ativadores do recetor do androgénio e no aumento dos níveis destes ativadores.
Os investigadores identificaram uma nova proteína, a ARD1, que se encontrava sobreproduzida na maioria das biópsias retiradas aos pacientes com cancro da próstata, e que ativava o recetor do androgénio, um processo que é essencial para o crescimento das células tumorais.
O estudo revelou que a inativação da ARD1 inibia a função dos recetores do androgénio, resultando na completa supressão do crescimento das células tumorais em experiências realizadas em cultura de células e em ratinhos. “Constatamos que a ARD1 modifica o recetor do androgénio e aumenta a sua atividade”, explicou Wanguo Liu.
O investigador acredita que o desenvolvimento de um inibidor específico para a ARD1 ou um composto que rompa a ligação desta proteína com o seu recetor poderá ser uma alternativa eficaz para o tratamento do cancro da próstata. JN

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O QUE É QUE O EXERCÍCIO PODE FAZER POR SI ? hmsportugal Muitas pessoas permanecem sentadas durante mais de metade das horas em que estão acordadas e ocupam grande parte do tempo com actividades que não promovem a saúde. Esta tendência crescente para o sedentarismo pode causar mais problemas do que a maior parte das p...essoas julga. Os estudos observacionais sugerem que o sedentarismo aumenta o risco de obesidade, diabetes, doença cardiovascular, trombose venosa profunda e síndrome metabólica. Pelo contrário, múltiplos estudos confirmam que acrescentar apenas meia hora de exercício de intensidade moderada ao seu dia melhora a saúde e prolonga a vida. Tal como a informação desta secção demonstra, o exercício físico proporciona amplos benefícios para a saúde. EXERCÍCIO FÍSICO: MAIS POTENTE DO QUE QUALQUER POÇÃO Esta secção apresenta de forma detalhada muitos dos benefícios para a saúde do exercício físico regular, mas vamos começar por um resumo destes efeitos benéficos: diminui a probabilidade de sofrer de doença cardíaca, uma causa de morte importante em Portugal. A prática regular de exercício físico ajuda a prevenir o crescimento de placas ateroscleróticas ao permitir alcançar um equilíbrio mais saudável dos lípidos no sangue (colesterol HDL, colesterol LDL e triglicéridos), ajuda a manter a elasticidade das artérias, apesar dos efeitos do envelhecimento, e aumenta o número de vasos sanguíneos que irrigam o coração. O exercício físico também reduz a inflamação e previne a formação de coágulos de sangue que podem bloquear as artérias coronárias (artérias que irrigam o coração). Mesmo que já sofra de uma doença cardíaca, o exercício pode reduzir o risco de vir a falecer em consequência desta; reduz a pressão arterial, o que tem múltiplos benefícios. A hipertensão arterial (pressão arterial elevada) crónica duplica ou triplica o risco de desenvolvimento de insuficiência cardíaca e facilita o aparecimento de outros tipos de doença cardíaca, de acidente vascular cerebral, de aneurismas da aorta e de doença ou insuficiência renal; ajuda a prevenir a diabetes ao reduzir o excesso de peso, diminuindo de forma modesta os níveis de açúcar no sangue e aumentando a sensibilidade à insulina, de forma que seja necessária uma menor quantidade desta hormona para transportar a glucose para as células; reduz o risco de desenvolvimento dos cancros do cólon e da mama e, possivelmente, dos cancros do endométrio (o revestimento uterino) e do pulmão; ao ajudá-lo a alcançar um peso saudável, o exercício físico diminui o seu risco de vir a ter cancros nos quais a obesidade é também um factor de risco; ajuda a reforçar os ossos. Em situações de perda de massa óssea (osteopenia, osteoporose), pode ser necessária a administração de cálcio, vitamina D e medicamentos que poupam o osso. Os exercícios de carga, tais como a marcha, a corrida e o treino de força, ajudam a evitar a perda óssea. As actividades que melhoram o equilíbrio, incluindo o tai chi e o ioga, ajudam a prevenir as quedas que podem conduzir a fracturas; ajuda a proteger as articulações ao aliviar o edema, a dor e a fadiga e ao manter a cartilagem saudável. Os músculos fortes dão suporte às articulações e reduzem a carga sobre estas estruturas. As actividades que melhoram a flexibilidade, tais como os alongamentos, o ioga e o tai chi, aumentam a mobilidade: pode limitar ou mesmo reverter os problemas dos joelhos ao ajudar a controlar o peso ― cada quilo perdido pode reduzir a carga sobre os joelhos em 4 kg; melhora a disposição ao promover a libertação de hormonas que elevam o humor e ao aliviar o stress. Em alguns estudos, a prática de exercício físico regular ajudou a combater a depressão ligeira a moderada tão eficazmente como os medicamentos; a associação do exercício físico com os antidepressivos e a psicoterapia é ainda mais eficaz; pode aumentar a sua capacidade para combater as infecções; aumenta a esperança média de vida. Num estudo de longa duração, o Framingham Heart Study, a actividade física moderada acrescentou 1,3 anos de vida aos homens e 1,5 anos de vida às mulheres em comparação com os indivíduos com baixa actividade física. O aumento do exercício físico para um nível de actividade vigorosa acrescentou 3,7 anos de vida aos homens e 3,5 anos de vida às mulheres.
JN
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

O QUE É

A insuficiência cardíaca (insuficiência cardíaca congestiva) é uma doença em que a quantidade de sangue que o coração bombeia por minuto (débito cardíaco) é insuficiente para satisfazer as necessidades de oxigénio e de nutrientes do organismo.

Termo «insuficiência cardíaca» não significa que o coração tenha parado, como algumas pessoas pensam; significa, isso sim, a redução da capacidade do coração para manter um rendimento eficaz. A insuficiência cardíaca tem muitas causas, entre as quais há um certo número de doenças; é muito mais frequente nas pessoas mais velhas, dado que têm uma maior possibilidade de contrair as doenças que a causam. Apesar de ser um processo que vai piorando lentamente com a passagem do tempo, as pessoas que sofrem desta perturbação podem viver muitos anos.

CAUSAS

Qualquer doença que afecte o coração e interfira na circulação pode causar insuficiência cardíaca. Determinadas doenças podem actuar selectivamente afectando o músculo cardíaco, deteriorando a sua capacidade de contracção e de bombeamento. A mais frequente delas é a doença das artérias coronárias, que limita o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco e que pode ser causa de enfarte. A miocardite (uma infecção do músculo cardíaco provocada por bactérias, vírus ou outros microrganismos) provoca também lesões graves no músculo cardíaco, assim como a diabetes, o hipertiroidismo ou a obesidade extrema. Uma doença de uma válvula cardíaca pode obstruir o fluxo de sangue entre as cavidades do coração ou entre o coração e as artérias principais. Por outro lado, uma válvula que não feche bem e deixe escapar sangue pode provocar um refluxo do mesmo. Estas situações provocam a sobrecarga do músculo cardíaco e, em consequência, debilitam a força das contracções cardíacas. Outras doenças afectam principalmente o sistema de condução eléctrica do coração e provocam frequências cardíacas lentas, rápidas ou irregulares, que impedem um bombeamento adequado do sangue.

Se o coração se vir submetido a um grande esforço durante meses ou anos, dilata-se, tal como acontece com os bíceps, depois de vários meses de exercício. Em princípio, este aumento de tamanho é acompanhado de contracções mais fortes, mas um coração que aumentou o seu volume pode finalmente diminuir a sua capacidade de bombeamento e provocar insuficiência cardíaca.
A pressão arterial elevada (hipertensão) pode também obrigar o coração a trabalhar com mais força. Isso acontece também quando tiver de lutar para expulsar o sangue através de um orifício mais estreito, geralmente uma válvula aórtica estreita. A situação que daí resulta é semelhante à carga extraordinária que uma bomba de água suporta quando é forçada a empurrar a água através de tubagens estreitas.

Em algumas pessoas, o pericárdio (o invólucro fino e transparente do coração) endurece. Isso impede que o coração se possa dilatar por completo entre os batimentos, tornando o seu enchimento insuficiente.

Embora com uma frequência muito menor, pode também acontecer que determinadas doenças que afectem outras partes do corpo aumentem exageradamente a necessidade de oxigénio e de nutrientes por parte do organismo, de tal modo que o coração, embora esteja normal, seja incapaz de satisfazer esta procura superior. O resultado é o aparecimento de insuficiência cardíaca.

As causas da insuficiência cardíaca variam com as diferentes regiões do mundo, devido às diferentes doenças que se desenvolvem em cada país. Por exemplo, nos países tropicais há certos parasitas que podem alojar-se no músculo cardíaco; este facto provoca insuficiência cardíaca em idades muito mais jovens do que nos países desenvolvidos.

MECANISMOS DE COMPENSAÇÃO

O organismo possui um certo número de mecanismos de resposta para compensar a insuficiência cardíaca. O mecanismo de resposta de emergência inicial (em minutos ou horas) é o «estado excitatório prévio à acção» provocado pela libertação de adrenalina e de noradrenalina das glândulas supra-renais para a circulação sanguínea; a noradrenalina é também libertada pelos nervos. A adrenalina e a noradrenalina são as defesas principais contra qualquer stress repentino.
Na insuficiência cardíaca compensada, fazem com que o coração trabalhe com mais força, ajudando-o a aumentar o seu volume-minuto e a compensar, em certa medida, o problema do bombeamento. O volume-minuto pode voltar ao seu nível normal, embora geralmente à custa de um aumento da frequência cardíaca e de um batimento cardíaco mais enérgico.

Estas respostas são benéficas para um doente sem qualquer doença do coração que tem necessidade de aumentar a curto prazo a função cardíaca. Mas no caso de uma pessoa com insuficiência cardíaca crónica, estas respostas provocam uma exigência constante num sistema cardiovascular que já está gravemente danificado. A longo prazo, estas procuras crescentes deterioram o funcionamento cardíaco.

Outro mecanismo correctivo adicional consiste na retenção de sal (sódio) pelos rins e, como consequência, retém-se também água para manter constante a concentração de sódio no sangue. Esta quantidade adicional de água aumenta o volume de sangue na circulação e, em princípio, melhora o rendimento cardíaco. Uma das principais consequências da retenção de líquidos é uma distensão do músculo cardíaco provocada por um maior volume de sangue. Este músculo submetido a uma maior tensão contrai-se mais energicamente, tal como o fazem os músculos de um atleta antes do exercício. Este é um dos principais mecanismos de que o coração dispõe para aumentar a sua função na insuficiência cardíaca.

No entanto, à medida que esta se agrava, o excesso de líquido escapa-se da circulação e acumula-se em vários pontos do corpo, causando inchaço (edema). O local da acumulação depende do excesso de líquido e do efeito da gravidade.

Em pé, o líquido acumula-se nas pernas e nos pés. Se a pessoa estiver deitada, acumula-se nas costas ou no abdómen. É habitual que a retenção de sódio e de água leve a um aumento de peso.

O outro mecanismo principal de compensação é o aumento da espessura do músculo cardíaco (hipertrofia). O músculo cardíaco assim dilatado pode contrair-se com uma força maior, mas acaba por funcionar mal e a insuficiência cardíaca agrava-se.

SINTOMAS

As pessoas com uma insuficiência cardíaca descompensada sentem-se cansadas e débeis quando levam a cabo alguma actividade física, porque os músculos não recebem um volume adequado de sangue. Por outro lado, o inchaço pode também causar muitos sintomas. Para além da influência da gravidade, a localização e os efeitos do edema dependem também do lado do coração que esteja mais afectado.

Apesar de uma doença de um só lado do coração causar sempre uma insuficiência cardíaca de ambos os lados, predominam muitas vezes os sintomas de um ou de outro lado.

A insuficiência cardíaca direita tende a produzir uma paragem do sangue que se dirige para o lado direito do coração. Isto produz inchaço nos pés, nos tornozelos, nas pernas, no fígado e no abdómen. Por outro lado, a insuficiência do lado esquerdo pode provocar a acumulação de líquido nos pulmões (edema pulmonar), o que provoca uma dispneia intensa. No princípio, esta verifica-se durante um esforço físico, mas à medida que a doença progride, aparece também mesmo em repouso. Por vezes, a dispneia é nocturna, dado que o facto de estar deitado favorece o deslocamento do líquido para o interior dos pulmões.

A pessoa acorda muitas vezes com dificuldade em respirar ou com sibilos. O facto de se sentar faz com que o líquido saia dos pulmões e facilite assim a respiração. As pessoas com insuficiência cardíaca têm por vezes de dormir sentadas para evitar este efeito. Uma grave acumulação de líquidos (edema pulmonar agudo) constitui uma situação urgente que pode ser grave.

DIAGNÓSTICO

Geralmente, os sintomas costumam ser suficientes para estabelecer o diagnóstico de insuficiência cardíaca. Os sintomas seguintes confirmam o diagnóstico inicial: um pulso fraco e muitas vezes rápido, uma pressão arterial baixa, certas anomalias nos ruídos cardíacos, um aumento do tamanho do coração, veias do pescoço dilatadas, líquido nos pulmões, um fígado aumentado, um rápido aumento de peso e edema no abdómen ou nas pernas.

Uma radiografia do tórax pode mostrar a dilatação do coração e a acumulação de líquido nos pulmões.

Muitas vezes, o funcionamento do coração é avaliado através de exames adicionais, como um ecocardiograma, que utiliza ultra-sons para fornecer uma imagem do coração e um electrocardiograma, que examina a sua actividade eléctrica. Podem ser efectuados outros exames para determinar a causa subjacente da insuficiência cardíaca.

TRATAMENTO

Não existe um tratamento curativo na maioria dos casos, mas pode facilitar-se a actividade física, melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevivência.
O tratamento aborda-se a partir de três ângulos: o tratamento da causa subjacente, a eliminação dos factores que contribuem para agravar a insuficiência cardíaca e o próprio tratamento desta.

Tratamento da causa subjacente

Através de uma intervenção cirúrgica pode corrigir-se uma válvula cardíaca estreita ou com insuficiência, uma comunicação anómala entre as cavidades cardíacas ou uma obstrução das artérias coronárias, tudo o que pode conduzir ao desenvolvimento de uma insuficiência cardíaca.
Por vezes, pode eliminar-se a causa por completo sem necessidade de recorrer à cirurgia. Por exemplo, a administração de antibióticos pode curar uma infecção. Os fármacos e a cirurgia são eficazes para tratar o hipertiroidismo e ou bócio.
De modo semelhante, os fármacos reduzem e controlam a hipertensão arterial.

Eliminação dos factores contributivos

Os factores que agravam a insuficiência cardíaca são o hábito de fumar e de comer com demasiado sal, o excesso de peso e o consumo de álcool, assim como as temperaturas ambientais extremas. Recomenda-se um programa para ajudar a deixar de fumar, efectuar mudanças apropriadas na dieta, interromper o consumo de álcool ou fazer exercícios moderados e de forma regular para melhorar o estado físico. No caso de insuficiência cardíaca mais grave, o repouso durante alguns dias constitui uma parte importante do tratamento.

O excesso de sal na dieta (sódio) pode causar uma retenção de líquidos que torne ineficaz o tratamento médico. A quantidade de sódio no organismo diminui se se limitar o sal na mesa, na confecção dos alimentos e o consumo de alimentos salgados. As pessoas com problemas graves de insuficiência cardíaca podem tomar conhecimento do conteúdo de sal dos alimentos embalados lendo atentamente os rótulos.

Um modo simples e seguro para saber se se retêm líquidos é controlar o peso diariamente. As flutuações de mais de um quilograma por dia devem-se, quase com total segurança, à retenção de líquidos. Um aumento de peso consistente e rápido (1 kg por dia) é um sinal de que a insuficiência cardíaca se está a agravar. Por isso, os doentes com insuficiência cardíaca devem controlar o seu peso , fundamentalmente ao levantar-se pela manhã, depois de urinar e antes de tomar o pequeno-almoço. As variações são mais fáceis de observar quando se usa sempre a mesma balança e roupa semelhante e se toma nota do peso por vezes diariamente ou semanalmente num bloco.

O MELHOR TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA é a prevenção ou o controlo da causa subjacente. Mas, mesmo que isso não seja possível, os avanços constantes no tratamento melhoram a qualidade de vida e prolongam-na.

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA: quando a restrição de sal só por si não reduz a retenção de líquidos, administram-se fármacos diuréticos para aumentar a produção de urina e extrair o sódio e a água do organismo através dos rins.

A redução de líquidos reduz o volume de sangue que chega ao coração e, em consequência, diminui o esforço que este deve efectuar. Habitualmente, os diuréticos ingerem-se por via oral quando se faz um tratamento a longo prazo, mas em caso de urgência são muito eficazes por via endovenosa. Dado que alguns diuréticos provocam uma perda indesejável de potássio, pode também administrar-se um suplemento de potássio ou um diurético que não elimine potássio.

A digoxina aumenta a potência de cada batimento cardíaco e reduz a frequência cardíaca, quando esta é demasiado rápida. As irregularidades do ritmo do coração (arritmias), nas quais os batimentos são demasiado rápidos, demasiado lentos ou irregulares, tratam-se com fármacos ou com um pacemaker artificial. Por outro lado, é frequente a administração de fármacos vasodilatadores que dilatam os vasos sanguíneos, quer sejam as artérias, as veias ou ambas simultaneamente. Os vasodilatadores arteriais dilatam as artérias e reduzem a tensão arterial, o que, por sua vez, reduz o trabalho do coração. Os venodilatadores dilatam as veias e proporcionam mais espaço para o sangue que se acumulou e é incapaz de entrar no lado direito do coração. Este espaço acessório alivia a congestão e diminui a carga sobre o coração. Os vasodilatadores mais utilizados são os chamados IECAs (inibidores da enzima conversor da angiotensina). Estes fármacos não só melhoram os sintomas, como também prolongam a vida. Os IECAs dilatam tanto as artérias como as veias, enquanto muitos dos fármacos mais antigos dilatam umas e outras em grau diferente. Por exemplo, a nitroglicerina dilata as veias, enquanto a hidralazina dilata as artérias.
Os ARA II também se utilizam muito actualmente e dão menos tosse, um efeito secundário que pode surgir nos IECAs.

As cavidades cardíacas dilatadas e com uma escassa contracção podem favorecer a formação de coágulos sanguíneos no seu interior. O maior perigo reside no desprendimento desses coágulos que, ao passarem para a circulação, podem causar lesões graves noutros órgãos vitais, como o cérebro, e produzir um acidente vascular cerebral.

Os fármacos anticoagulantes são importantes porque previnem a formação de coágulos nas cavidades cardíacas.

Outros fármacos estão disponíveis e outros estão em investigação.

O transplante de coração é indicado em alguns casos de insuficiência cardíaca grave que não respondem suficientemente ao tratamento farmacológico. Os corações artificiais temporários, parciais ou completos, estão ainda numa fase experimental e está a trabalhar-se intensamente nos problemas da eficácia, infecções e coágulos sanguíneos.

A miocardioplastia é uma operação experimental em que se extrai um músculo longo das costas que se enrola à volta do coração e que se estimula por um pacemaker artificial para provocar contracções rítmicas. Trata-se da operação experimental mais recente, e revela-se prometedora em doentes muito concretos que sofrem de insuficiência cardíaca grave (isto é, o músculo cardíaco, muito debilitado, deixou de funcionar como tal).

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA: Quando se verifica uma acumulação repentina de líquido nos pulmões (edema agudo do pulmão), a respiração é muito difícil, pelo que se administram altas concentrações de oxigénio mediante uma máscara.

A administração de diuréticos endovenosos e de fármacos como a digoxina podem produzir uma melhoria rápida e espectacular.

A nitroglicerina por via endovenosa ou colocada debaixo da língua (sublingual) dilata as veias e, como consequência, reduz o volume de sangue que atravessa os pulmões. Quando estas medidas não surtem efeito, insere-se um tubo nas vias respiratórias de modo que a respiração possa ser ajudada com um ventilador mecânico. Em ocasiões raras, podem aplicar-se torniquetes em três dos quatro membros para reter temporariamente o sangue neles e reduzir o volume de sangue que volta ao coração; estes torniquetes devem ser trocados entre os membros num período de entre 10 e 20 minutos, para evitar lesões nas extremidades.
A administração de morfina alivia a ansiedade que geralmente acompanha o edema pulmonar agudo, pois diminui a velocidade da respiração, reduz a frequência cardíaca e, portanto, diminui a sobrecarga do coração.
Os fármacos semelhantes à adrenalina e à noradrenalina (como a dopamina e a dobutamina) utilizam-se para estimular as contracções cardíacas em doentes que estão hospitalizados e que necessitam de uma rápida melhoria.


JN

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Petrus Castrus - História Do Azul Do Mar




Certo dia, ao adormecer da claridade

O Azul veio perto do litoral.

Sentou-se sobre as arribas, e pensou:

Mesmo se morrer no mar, serei uma aguarela.

E Azul partiu, sobre as ondas,

E nao voltou.

Diz-se que o ultimo vestigio do seu desaparecimento e' a cor do mar.

Poema de Antonio Sena
http://www.youtube.com/watch?v=FcV3FpvZei4&feature=related

The Ordinaires - "Kashmir"



http://www.youtube.com/watch?v=BXcx26OI7Es&feature=share

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

#.Tyr1KRxVikt.facebook

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http://www.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=1096&c_id=1&dif=tv&idpod=71441#.Tyr1KRxVikt.facebook

Eça de Queiroz

"E no silêncio que se fez, Dâmaso, que desde as informações
sobre a rapariga do Ermidinha emudecera, ocupado a observar
Carlos com religião, ergueu a voz pausadamente, disse, com ar de
bom senso e de finura:
— Se as coisas chegassem a esse ponto, se se pusessem assim
feias, eu cá, à cautela, ia-me raspando para Paris..."


Eça de Queiroz, Os Maias

Augusto Cury

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora ...de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Augusto Cury

Lykke Li & Bon Iver doing 'Dance Dance Dance' in L.A

Augusto Cury

Se alguém lhe bloquear a porta
não gaste energia com o confronto,
procure as janelas.
Lembre-se da sabedoria da água :
A água nunca discute com seus obstáculos,
mas os contorna.
Quando alguém o ofender ou frustrar,
você é a água e a pessoa que o feriu é o obstáculo!
Contorne-o sem discutir.
Augusto Cury
IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Em primeiro lugar, o médico pergunta acerca dos sintomas que sugerem a possibilidade de uma cardiopatia, como dor torácica, insuficiência respiratória, edema dos pés e tornozelos, palpitações, febre, falta de forças, fadiga, perda de apetite e mal-estar geral, que podem apontar directamente para uma perturbação cardíaca.
Depois pergunta-se ao doente sobre infecções, exposição a produtos químicos, uso de medicamentos, consumo de álcool e tabaco, ambiente familiar e laboral e actividades recreativas.
Por último, é necessário saber se algum membro da família teve doenças cardíacas e/ou outras perturbações e se o doente tem alguma doença que possa afectar o sistema cardiovascular.

NO EXAME FÍSICO é importante registar o peso, os sinais vitais como pulso, tensão arterial, temperatura e estado geral.

É importante determinar a cor da pele, dado que a palidez ou a cianose (uma coloração azulada) indicam anemia ou escasso débito sanguíneo. Estas características revelam que a pele recebe uma quantidade insuficiente de oxigénio através do sangue por causa de uma perturbação pulmonar, de uma disfunção cardíaca ou de problemas circulatórios de índole diferente.

Palpa-se o pulso nas artérias do pescoço, por debaixo dos braços, nos cotovelos e nos pulsos, no abdómen, nas virilhas, por detrás dos joelhos e nos tornozelos e nos pés, para se assegurar de que o fluxo de sangue é adequado e simétrico em ambos os lados do corpo. Controla-se também a pressão arterial e a temperatura corporal; qualquer anormalidade pode sugerir uma cardiopatia.

É importante examinar as veias do pescoço, já que estão directamente ligadas à aurícula direita e dão uma indicação do volume e da pressão do sangue que entra no lado direito do coração. Para esta parte do exame solicita-se ao doente que se deite com a parte superior do corpo elevada num ângulo de 45 graus. Por vezes, o doente poderá sentar-se, pôr-se de pé ou deitar-se.

O médico pressiona com o dedo a pele dos tornozelos e das pernas e, por vezes, a parte inferior das costas, com o objectivo de detectar uma acumulação de líquidos (edema) nos tecidos que se encontram por debaixo da pele.

Usa-se um oftalmoscópio (instrumento que permite examinar o interior do olho) para observar os nervos e os vasos sanguíneos da retina (a membrana sensível à luz que se encontra sobre a superfície interna da parte posterior do olho). Podem encontrar-se anomalias visíveis na retina em caso de hipertensão arterial, diabetes, arteriosclerose e infecções bacterianas das válvulas cardíacas.

O médico observa o tórax para determinar se a frequência e os movimentos respiratórios são normais e depois percute no peito com os dedos para saber se os pulmões estão cheios de ar, o que é normal, ou então se contêm líquido, o que é anormal. A percussão permite também determinar se a membrana que envolve o coração (pericárdio) ou a que cobre os pulmões (pleura) contêm líquido. O fonendoscópio emprega-se para auscultar os sons da respiração e determinar se o débito respiratório é normal ou se há uma obstrução, assim como se os pulmões contêm líquido devido a uma perturbação cardíaca.

O médico coloca a mão sobre o tórax para determinar o tamanho do coração e o tipo e a força das contracções durante cada batimento. Por vezes, um fluxo de sangue anormal e turbulento dentro dos vasos ou entre as cavidades do coração provoca uma vibração que se percebe com as cabeças dos dedos ou com a palma da mão.

É também possível identificar com um fonendoscópio os sons diferentes provocados pela abertura e pelo encerramento das válvulas cardíacas (auscultação). As anomalias nas válvulas e outras partes do coração criam turbulências na circulação sanguínea que geram sons característicos denominados sopros cardíacos.

Um fluxo sanguíneo turbulento aparece geralmente quando o sangue passa pelas válvulas estreitas ou que não fechem bem.

Nem todas as doenças cardíacas provocam sopros e nem todos os sopros indicam uma perturbação. Geralmente, as mulheres grávidas têm sopros cardíacos pelo aumento anormal da velocidade do fluxo de sangue. Estes sopros inofensivos são também frequentes em crianças pequenas e nos idosos devido à rapidez com que o sangue atravessa as pequenas estruturas do coração. À medida que as paredes dos vasos, as válvulas e outros tecidos vão amadurecendo com o envelhecimento, o fluxo sanguíneo pode tornar-se turbulento, embora não exista uma doença cardíaca prévia grave.

Colocando o fonendoscópio sobre as artérias e as veias em qualquer lugar do corpo, podem-se detectar sinais de fluxo turbulento, chamados sopros, provocados por um estreitamento dos vasos ou por comunicações anormais entre eles.

Por último, examina-se o abdómen para determinar se o fígado aumentou de volume devido a uma acumulação de sangue nas principais veias que conduzem ao coração. Uma dilatação anormal do abdómen, devida a retenção de líquidos, pode indicar uma insuficiência cardíaca. Examina-se também o pulso e o diâmetro da aorta abdominal.
Dr Jorge Neves